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Tudo o que foi, era pra ser…
Mas quando é, não sabemos o que será…

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O Coronavírus destruiu a filantropia no Brasil?

O que será do terceiro setor no Brasil após a pandemia da COVID-19?

‌A economia mundial estima um prejuízo de 9 trilhões de dólares causado pelo Coronavírus. Milhões de desempregados e a estimativa de uma queda no PIB de mais de 5% no Brasil.

Famílias destruídas emocionalmente, seja pelas mortes de seus entes queridos atingidos pela COVID-19, seja pela perda de empregos, seja pela angústia causada pelo isolamento social. Milhões de pessoas passando fome, apesar dos altos valores doados pela iniciativa privada no início do confinamento social.

Governos desorientados pelo ineditismo do momento tentam usar seus parcos recursos para melhorar setores que há décadas foram abandonados, como educação, saúde, ciência e tecnologia e assistência social.

Cenário preocupante de micro e pequenas empresas fechando, instituições maiores, algumas gigantes, falindo, incertezas no mercado internacional, culminando com a diminuição dos investimentos privados e do recolhimento dos impostos que poderiam viabilizar os investimentos públicos.

Resta o assim chamado Terceiro Setor, que, no Brasil, já se habituou a trabalhar na sombra do sistema, gastando mais tempo buscando os recursos para atender às necessidades sociais a que se propõe do que atendendo aos objetivos para o qual foi criado, sempre tentando compensar a ineficiência estatal e o descompromisso social de grande parte da iniciativa privada brasileira.

Além disso, o Brasil é um país onde a doação individual não faz parte de sua cultura e a boa vontade do setor privado em colaborar se restringe, na maioria das vezes, a grupos empresariais que buscam privilegiar os investimentos em sua área de atuação.

Com os governos falidos, empresas desaparecendo, necessidades socioambientais a serem atendidas aumentando como nunca se viu na história e a economia mundial em recessão, será o fim do terceiro setor no Brasil?

Sim, será!

Mas apenas se esse setor, já habituado a viver com altas demandas e poucos recursos, mantiver as premissas que copiou das organizações da era industrial: superespecialização e competição!

Centenas de milhares de OGNs viveram até aqui buscando nichos específicos para ajudar, com estruturas pequenas e pouca efetividade pela falta de recursos, competindo entre si pelos mesmos patrocinadores e doadores. Nesse modelo, não mais haverá terceiro setor no Brasil no “novo normal”.

A fragmentação do atendimento às necessidades socioambientais em nichos cada vez menores, em boa parte das vezes por interesses do sistema econômico, colocou em lados opostos ONGs voltadas para educação, outras voltadas para a saúde, outras voltadas para o esporte, outras para a cultura, outras para o meio ambiente. Criou-se, então, um emaranhado de instituições sociais isoladas, sobrecarregadas e com um baixo nível de eficácia diante do tamanho dos desafios.

Chegou a hora da síntese!

A sociedade é uma só e suas necessidades são complexas e interligadas. Não há porquê fragmentá-las e tornar a realidade um grande quebra-cabeças de imagem incompreensível. Esse modo de agir só torna as soluções mais difíceis e aumenta o retrabalho e o desperdício de recursos.

Integração é uma das três palavras chaves do “novo normal” do Terceiro Setor no Brasil. A outra é Parceria e a terceira é Empatia.

Mantendo intocados os interesses de cada setor, precisamos integrá-los num corpo único socioambiental e aproveitar suas relações comuns para atendê-los de forma racional, sem confrontos e sem desperdício. Temos que buscar processos que atendam e viabilizem a complexidade e a escalabilidade dos diferentes projetos.

Isso só ocorrerá se as ONGs, sem perder a sua individualidade, estejam abertas a todo o tipo de parcerias entre si.  Essa pré-disposição é fundamental ao processo de integração e, ao contrário do atual ambiente de competição, trará o espírito de gratidão e ajuda mútua que deve pautar as organizações sociais no mundo pós pandemia. É a coopetição (uma competição em que todos colaboram e todos ganham).

Somente através da integração dos setores e do verdadeiro espírito de parceria traremos de volta a empatia do povo brasileiro pela filantropia e pelas causas socioambientais. Precisamos construir nas gerações mais jovens esses preceitos de integrar a sociedade e dar às mãos em parcerias para solucionar os problemas que são de todos. Nessa perspectiva, uma onda de empatia e solidariedade vai transformar as riquezas que temos desperdiçado em recursos suficientes para iniciarmos a construção dessa nova civilização.

O Terceiro Setor não será um problema no pós-pandemia, será a solução!

Desafio 10×10 – 10 milhões de jovens mobilizando o país para alimentar 10 milhões de famílias!

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